O valor das árvores nativas, incluindo Inga, nos sistemas agroflorestais (SAF), onde são plantadas para fertilizar solos e proporcionar um ambiente de cultivo para as culturas agrícolas, tem sido bem demonstrado. A maioria dos sistemas baseados em Inga foi desenvolvida em torno de uma única espécie, Inga edulis. No entanto, existem outras 300 espécies de Inga que podem oferecer benefícios iguais, se não maiores, e que poderiam expandir o escopo geográfico e ambiental onde esses sistemas podem ser aplicados.
Nosso projeto visa aplicar abordagens genéticas de última geração para identificar os parentes mais próximos de Inga edulis e outras espécies já utilizadas em SAF. Essas espécies relacionadas são as que mais têm características adequadas para SAF. Em consulta com parceiros e agricultores, estabelecemos testes de crescimento de algumas dessas espécies para garantir a absorção e o uso subsequentes.
Coletaremos tecidos e sementes de espécies para apoiar a pesquisa genética em andamento e estabelecer ensaios de campo em Mato Grosso.
Realizaremos uma análise minuciosa do gênero para identificar espécies adequadas para uso em sistemas agroflorestais e silvipastoris.
Construiremos uma rede de cientistas e profissionais no Brasil e na América Latina, facilitando o desenvolvimento de pesquisas e comunicando as descobertas a outras pessoas neste campo.
Através da maior resiliência dos sistemas agroflorestais e silvipastoris em tempos de mudança climática e crescimento populacional, as comunidades podem se beneficiar pela redução da pobreza, melhoria da segurança alimentar e pressão reduzida sobre a vegetação natural e a biodiversidade através da conversão para a agricultura. Os resultados do projeto apoiarão diretamente o Brasil no cumprimento de seus compromissos com a Convenção sobre Diversidade Biológica e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Este projeto é financiado pelo Conselho de Pesquisa em Biotecnologia e Ciências Biológicas (Biotechnology and Biological Sciences Research Council – BBSRC) e pelo Fundo de Pesquisa em Desaifos Globais (Global Challenges Research Fund – GCRF). Trata-se de investimentos do Reino Unido voltados para a realização de pesquisas de ponta, garantindo que assumimos um papel de liderança na abordagem dos desafios enfrentados pelos países em desenvolvimento.